segunda-feira, 12 de abril de 2010

Viva a vida no Planeta Forró


Alguns municípios e estados se autodenominam o ‘país do forró’. Se fosse levar em consideração esta afirmação com seriedade, o Brasil seria um país dividido por vários países. Seria um pouco – ou um tanto – complicado. Mas não vamos enxergar este fato apenas pelo lado do exagero, literal ou negativo. Há como tirar proveito disso. Estas autodenominações acarretam numa concorrência saudável e que beneficia toda a população.

Mas serei muito sincero, e talvez até injusto para algumas pessoas. A verdade é que - deixando a modéstia de lado –, para alguém como eu, que canto forró, que freqüento alguns interiores, que conheço as diferentes formas de se expressar nesta época e com este ritmo, é fácil dizer: se existem diversos 'países do forró' Brasil afora, Sergipe, então, só pode ser o planeta.

É impressionante como nós sergipanos abraçamos este ritmo e os eventos juninos. Quer uma prova? Nem estamos em maio – mês que deveria esquentar as turbinas para junho e julho, devido a proximidade – e já podemos viver e sentir o fervor das festas. Mal chega a hora de colocar os ingredientes na panela e o bolo já está pronto.

Ainda não está convencido? Então vamos lá. Algumas pessoas agoravam todo e qualquer tipo de festa que acontecesse neste final de semana devido a chuva pesada que caia no Estado. ‘Nãão... Sergipano não pode ver chuva que não sai de casa’. Enganou-se quem tinha este pensamento – inclusive eu. Aracaju, por exemplo, recebeu o Forró do Cabrunco e deu um show! E olhe que foi apenas um aperitivo do espetáculo que vem por aí. Em Dores não foi muito diferente. Estive cantando por lá com a Trêm Baum e posso falar com conhecimento de causa. Teve Cheiro de Amor cantando seu contagiante axé, mas o forrozinho e forrozeiros estavam lá, fazendo valer nossa cultura, também dando um show.

E não parou por aí. É possível descrever com apenas uma palavra a festa que aconteceu em Lagarto na noite de ontem: INCRÍVEL. Em caixa alta mesmo! O público compareceu ao parque Zezé Rocha, mesmo debaixo da temida chuva. Povo bonito, diversificado e participativo. Riam, cantavam, e levantavam as mãos a cada música tocada, independente da banda que tocasse. Parecia que as músicas seriam daquele que levantasse as mãos primeiro. Era um verdadeiro leilão de alegria.

Sabe o que isso quer dizer? Que o forró começou. E agora você pode compreender o porquê da minha afirmação no início do texto. Nos 'países do forró', as manifestações chegam, mas geralmente em maio. Aqui já é diferente. Independente dos aparatos, investimentos publicitários, cidades cenográficas, forró para nós é forró em qualquer lugar, a qualquer momento, e sob qualquer clima, até debaixo tempestade. Felizmente aqui o forró reina e começa mais cedo. Felizmente já vemos vida no planeta forró!

Um comentário:

  1. Pronto, vc me convenceu. Comecei a ler o texto um tanto desacreditado de que realmente o forró tivesse toda esta força, mas depois dos seus argumentos e parando pra avaliar a (já) disposição do sergipano pelas festas juninas, percebi que mesmo estando em abril, junho já começou e sem previsão pra acabar. Antes ainda, em março já ocorreu o Forró das Antigas. Eu nem gosto muito do São João, mas tenho que admitir que Sergipe se transforma no país, planeta, terra ou sei lá o que do forró.

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